quinta-feira, 28 de maio de 2009

Poesias de OLIVA...





AS MÃOS

Hesito...
Minha mão suspende

Tacteia acomoda-se
Adormece no oculto
Escurecido de um
Tecido aquecido
Protegida pela tua
Expectante
Num casaco
Qualquer
De resguardo.

Talvez a outra
Mão a tua
Braço agitado
Desponte um
Mar de gestos
Incontidos
Inventivos
Amigos
Conchas de palavras
Vibrantes de espuma
Dedos expressivos
Enrolados
Nos contornos
Grãos de areia
Do sentir.

Silencias...

Desponta a música
A duas mãos
Revigoradas...
A minha no leito
Da tua
Tão embevecidas
Na luz amorosa
Do recolhido
Anel dourado
Do nosso esplendor.

O gesto e o som
Difunde-se
No Infinito.

Oliva Campos, 15 de Março/2009

A VELHICE

Alojada
no som-silêncio
do líquen dorsal
do corpo-mãe
curvado

Adormece...

Adornada
de traços de pele
colar embutido
no busto belo
da idade
sabe apenas a foz
da inocência
agora renascida
no voo poeta.

Relembra...

O sonho
alfabeto de quimeras
soletrado em
cada olhar
comovido
poeiras estivais
serenos encontros
em qualquer infância
que leve
ofereça
embevecida
as asas-mestras à
Plenitude!


Oliva Campos

(Fotos de Isabel)